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Temos que falar sobre grana de um jeito meio Black Mirror

Imagine dois episódios fictícios da série, direcionados exclusivamente aos profissionais da indústria da comunicação


25 de abril de 2019 - 12h59

Entre a diversidade de palestras com grandes players da indústria, painéis com veículos da imprensa, apresentações de premiados da publicidade, imortais do samba, advogados e neurocientistas, existe uma força comum que motiva o público a subir e descer as escadas da Cidade da Artes, onde acontece o Rio2C.

O evento de raízes no audiovisual intensifica a variedade temática de suas discussões e amplia sua audiência. Afinal, quando entram na jogada VR, AR, AI e outras siglas mais, a conversa não se restringe ao universo dos diretores, atores, produtores e roteiristas. Vem também o pessoal da ciência computacional, processamento de dados e business intelligence.

Com essa amplitude, tudo fica ainda mais interessante e também mais difícil de processar. Mas vamos arriscar uma síntese ao estilo Black Mirror, afinal tem muita coisa aqui beem Black Mirror. Imagine dois episódios fictícios da série, direcionados exclusivamente aos profissionais da indústria da comunicação.

(Solta a vinheta)

Episódio: Blurred Lines

Em um futuro já presente, agências, produtoras, canais e empresas vivem uma catarse coletiva estabelecendo uma efervescente confusão, entre quem é cliente, mídia, concorrente e por aí vai. Nessa proeminente crise existencial, uma coisa chama atenção: empresas incorporando o papel inicialmente próprio das agências e produtoras de conteúdo, anunciando times internos cada vez mais robustos com redatores, designers, editores e etc.

Se criar e produzir conteúdo de qualidade não é necessariamente um diferencial das agências e produtoras, fazer isso conectando narrativas às estratégias das marcas, ainda pede um olhar externo por uma questão de perspectiva. Quem vê de fora, vê diferente.

(Fim do Episódio)

(Solta a vinheta)

Episódio: Data Lake

O episódio começa com uma epidemia de generosidade e todas as pessoas fornecem seus dados em troca de experiências digitais básicas, como por exemplo, descobrir qual é a sua casa em Game of Thrones para compartilhar no Face. Essas informações, fornecidas gratuitamente, seguem para um lago, onde marqueteiros vão pescar e descobrem as melhores iscas para vender mais.

Aqui tem um monte de soluções para melhorar essa pescaria. Ferramentas de todo tipo que otimizam o entendimento dos dados, identificando preferências e melhores circunstâncias de consumo. Mas para a pescaria seguir numa boa, uma reflexão sobre privacidade é inevitável, além é claro de ficar bem por dentro da LGPD.

(Fim do Episódio)

Vamos voltar ao começo: a energia comum que impulsiona a grande movimentação no Rio2C. Podemos associá-la àquilo que todos precisamos, mas evitamos a conversa.

Enfim, precisamos falar da grana, ou melhor, como criar novos modelos de negócio de relevância para as marcas e seus consumidores em um cenário tão difuso, inundado de informações e, acima de tudo, imprevisível.

Qual é o caminho?  Financiamento, patrocínio, licenciamento, royalties, investidor anjo, comissão de mídia ou fee? Tudo vai depender da nossa resposta à pergunta certa: Qual o resultado geramos para as marcas?, ou melhor, Qual o efeito e a importância disso tudo para as pessoas?

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