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Fazendo ligações não óbvias

Se a criatividade é um exercício que tem como propulsão estímulos diversos, faz todo sentido se expor ao maior número possível de conteúdos originais e, de preferência, extraordinariamente inusitados


29 de abril de 2019 - 10h22

(Crédito: Fotolia)

Parece – e é – óbvio, mas a fala do PhD, neurocientista e empreendedor Fabrício Pamplona durante o painel Cérebro e Criatividade é uma forma de pensarmos a pluralidade de conteúdo do festival e as nossas escolhas durante ele. Segundo Pamplona, fazer ligações não óbvias é uma skill que faz com que um indivíduo seja, ou melhor, com que ele fomente a sua criatividade. Não por acaso, a pluralidade de abordagens e áreas do Rio2C. Afinal, se a criatividade é um exercício constante que tem como propulsão estímulos diversos, faz todo sentido se expor ao maior número possível de conteúdos originais e, de preferência, extraordinariamente inusitados ao nosso universo.

Talvez isso explique a grande procura pelos painéis do Brainspace. Entender como o processo criativo se desenvolve e é estimulado no nosso cérebro é um mergulho em ciência e criatividade bem interessante.

Aliás, é bacana ver o evento se expandir além do conteúdo e entretenimento nestas frentes.

Descobri, por exemplo, que nossos neurônios têm muito o que nos ensinar sobre processos. Criativos e profissionais! Simplificando bastante um conhecimento técnico que ví hoje, os nosso neurônios vivem a dualidade de competir e colaborar uns com os outros. É como se eles competissem durante o processo evolutivo individual e, em determinado momento, por alguma circunstância, precisassem de outros neurônios, ativando assim o modo colaborativo. É claro que isso deve ser bem mais profundo e específico do que esse meu breve contato com o assunto, mas esse conhecimento básico sobre a dualidade processual no nosso âmago ensina muito sobre processo criativo. Especialmente o processo criativo profissional e colaborativo. Essa batalha dos neurônios nos indica caminhos possíveis sobre as diferentes etapas dos processos de estímulos criativos colaborativos. Divergir e convergir. Estimular e contemplar. Interagir. Criar e cocriar.

E já que estamos falando sobre se expor ao diferente para provocar o cérebro e gerar insights, nada como percorrer os domos de XR do térreo. Ali, o lugar em si já interfere na experiência do evento. Mesmo que você não se aventure em pelo menos uma das atividades, o simples fato de percorrer aquela área te insere em um universo tecnológico atual, real e, ao mesmo tempo, de vanguarda. Mas não perca a chance de viver uma experiência imersiva. Voltando aos neurocientistas, alguns deles apontam que os estímulos XR são capazes de produzir memórias. E o que são as memórias, se não as formas como nós armazenamos os informações que coletamos e armazenamos nos nossos HDs mentais?

Aliás, isso me lembra outro painel que tem tudo a ver com criatividade colaborativa e troca: A Arte da Direção.

Durante o Keynote, Luiz Henrique Rios destacou o poder da troca, da conversa, para tornar o processo de criação e de realização de um conteúdo audiovisual mais ágil e assertivo. Afinal, como garantir a integridade do conceito e da linguagem de uma novela? Um conteúdo audiovisual produzido ao longo de meses, com equipes múltiplas, com diretores diversos. Um desafio que, para ele, tem a conversa e a transparência como norteadores de todo o processo. Horizontalidade. Troca. Agilidade. Conceitos e práticas fundamentais na transformação digital de Telecine, mas que, pelo que vejo, são essenciais ao desenvolvimento de um conteúdo nacional que carrega em seu DNA a nossa capacidade de se envolver e se entregar para personagens e histórias. Mais uma descoberta nessa jornada de estímulos diversos e originais que tem sido os dias na Rio2C.

Ah outra coisa! Com todo esse papo de cérebro ainda sou convicta que performance, criatividade e conectar as coisas vem bastante de uma noite bem dormida 😉

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