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SVOD à brasileira: o encontro de Ted Sarandos e Wagner Moura

Chief content officer da Netflix anunciou 30 novas produções brasileiras no Rio2C, enquanto o ator brasileiro quer contar histórias sobre latinos em Hollywood

Karina Balan Julio
24 de abril de 2019 - 10h33

Wagner Moura e Ted Sarandos (crédito: Karina Balan Julio)

A programação do Rio2C desta quarta-feira, 24, começou com a presença do chief content officer da Netflix, Ted Sarandos. O executivo participou de um debate rápido com o ator Wagner Moura e anunciou a produção de 30 filmes e séries originais brasileiras para os próximos anos.“A conexão emocional que brasileiros têm com a Netflix é muito forte: exite aqui uma grande diversidade de pessoas, de storytelling e uma ótima estrutura de produção para se filmar. Há uma certa complexidade de financiamento também, mas seremos uma fonte estável de financiamento no País para as próximas décadas”, sinalizou Sarandos às produtoras presentes no Rio2C.

Entre os lançamentos nacionais da Netflix para a temporada 2019-2020 estarão o suspense O Escolhido, produzido pela Mixer; Sintonia, da Los Bragas em parceria com Kondzilla; Ninguém está Olhando, da Gullane; Spectros, da Moonshot Pictures; Onisciente, da Boutique; A facção, Irmandade, e o filme O Papa, da O2.

Um dos principais méritos da Netflix, na opinião de Sarandos e Wagner Moura, foi desconstruir mitos do mercado audiovisual. “Muitas convenções que o mercado construiu há anos não são verdade. Strangers Things, por exemplo, passou por 19 pitchs antes de nós, porque as pessoas achavam que não fazia sentido fazer conteúdo adulto com crianças como protagonistas”, exemplificou.

Outra ideia desconstruída foi a de que conteúdos locais não poderiam atingir grandes audiências em grandes mercados globais.“Nos diziam que americanos não receberiam bem Narcos pois não estão acostumados a ler legendas, mas a série foi incrivelmente bem recebida”, relembra Wagner Moura.

O ator dirigiu o filme Marighella, que estreou este mês, e tem planos de atuar como produtor em Hollywood. Um de seus projetos de estreia como produtor será o filme Sergio, que Wagner propôs para a Netflix. O filme contará a história do diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que atuou no Alto Comissariado da ONU para direitos Humanos e foi morto em um atentado na sede da organização em Bagdá, em 2003.

“Tenho um plano ambicioso de produzir conteúdo sobre latinos e que não reforce estereótipos de Hollywood. Sergio será meu primeiro filme nessa linha, e não acredito que um filme sobre um brasileiro como o Sérgio seria produzido por qualquer outro grande estúdio americano, se não fosse a Netflix”, argumenta Wagner.

Durante o debate, Sarandos também comentou sobre o uso de dados de consumo dos usuários da Netflix para a criação de novas produções. “Dados ajudam a entender o potencial de alguma produção e onde podemos investir, mas esse entendimento é mais do ponto de vista de negócios do que de criação. A intuição é muito importante para definir o que as pessoas querem assistir, e isto envolve um processo muito humano”, finalizou o chief content officer.

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