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O que ficou do Rio2C?

A reunião de pessoas em torno de interesses comuns e o compartilhamento de ideias podem transformar o mundo


2 de maio de 2019 - 14h24

Quem termina uma maratona de conteúdo depois de participar de um evento como o Rio2C, inevitavelmente se faz a pergunta: qual o balanço da experiência?

Segundo a organização, foram cerca de 25 mil pessoas passando pela Cidade das Artes, aproximadamente 780 horas de conteúdo e mais de 1,5 mil rodadas de negócios, que geraram R$ 250 milhões em transações. Mas como esses números se traduzem na experiência pessoal de quem participa?

Bem, essa foi minha primeira edição do Rio2C. Apesar da programação gigante, diversos assuntos sendo discutidos simultaneamente, controlei minha FOMO (fear of missing out) que já virou moda em eventos do tipo. Alguns painéis eu escolhi assistir, outros fui levada pela toada de alguma fila e intervalo entre uma palestra e outra da minha agenda. Além disso, não é só de conteúdo que o Rio2C é feito: a reunião de profissionais da indústria, criadores em geral, executivos de marcas, estudantes e startupeiros faz o ambiente fervilhar em conexões e trocas de QR code do LinkedIn.

E é aí que chegamos ao que, para mim, foi o principal conceito do Rio2C: a reunião de pessoas em torno de interesses comuns e o compartilhamento de ideias podem transformar o mundo. Simples assim, desde que nos entendemos como civilização, mas bem distante de alguns ambientes corporativos em que os profissionais do mercado se fecham em seus casulos.

A troca de opiniões e ideias para reinventar a realidade estava tão explícita em tantos painéis que certamente eu não fui a única a me despedir do Rio de Janeiro com a sensação de que é preciso criar uma agenda que reúna gente interessante com mais frequência para discutir inovações, dramas e alegrias do mercado de criação de conteúdo. Calma, não significa fazer embriões do Rio2C e popular auditórios por todo o canto! Como lembrou Louis Black, cofundador do SXSW, que participou de um painel disputadíssimo na sala principal do Rio2C, o festival em Austin surgiu da conversa entre ele e mais três amigos numa mesa de bar.

Isso soa romântico demais na nossa era digital das relações por redes sociais e definições sendo feitas o tempo todo por WhatsApp? Absolutamente não! Encontrar pessoas e trocar ideias ainda é o melhor caminho para a construção de mudanças. As ideias precisam fluir, a pluralidade de discursos precisa se confrontar, as certezas podem ser transformadas em dúvidas e vice-versa; é isso que muda o mundo!

Negócios que se fecham em suas caixas pretas vão morrer; todos eles. Hubs, parcerias, compartilhamento, colaboração. Esse é o novo mundo. E só se falou disso no Rio2C, nas discussões mais antagônicas que se possam imaginar: de big data e VoD (vídeo on demand) a neurociência e regulamentação do setor, entre tantos outros assuntos, tudo caminhou pela trilha que dirigiu o evento.

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