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SXSW wanna be sim, e daí?

Acho excepcional que esteja acontecendo aqui no Brasil este movimento de eventos mais plurais, diversos, multifacetados e poli-inventivos em múltiplas direções


23 de abril de 2019 - 12h15

Muita gente vem dizendo por aí que existem muitos eventos no Brasil querendo ser “tipo o SXSW”. Ou, se você preferir algo mais na linha do linguajar publicitário, “SXSW wanna be”. E as pessoas dizem isso como se fosse algo ruim. Hoje eu me peguei aqui pensando nisso.

Quem me conhece sabe que sou um otimista incurável. Sou partidário da visão do Tiago Mattos quando diz “se você não acredita em um futuro melhor como diabos você vai fazer ele acontecer?”. Talvez por isso o Jorge Paulo Lemann diga que jamais conheceu um pessimista bem-sucedido. Eu acredito nisso. A gente precisa desenvolver esse superpoder de enxergar o melhor potencial em tudo e em todos. E precisamos prover múltiplas formas para que essa potência se realize efetivamente.

E é por isso mesmo que eu acho excepcional que esteja acontecendo aqui no Brasil este movimento de eventos mais plurais, diversos, multifacetados e poli-inventivos em múltiplas direções. Uma verdadeira ode à criatividade humana em suas infinitas e ricas manifestações. Eventos que estimulam a criatividade como um estupendo cataclisma que impulsiona a realização humana na Terra. Como a principal matéria-prima daqueles que costumo chamar de realizadores incansáveis. Eventos que precisam ser realmente plurais, como é plural o cérebro humano enquanto máquina de processar soluções inusitadas para os problemas que enfrentamos todos os dias, nos mais variados campos do conhecimento.

E os desafios que se desenham no horizonte presente-futuro não são pequenos. Vivemos em meio a essa loucura insinuante e instigante que vem sendo chamada de quarta revolução. Enquanto uns vêem isso como uma enorme ameaça, outros enxergam um enorme horizonte de oportunidades. De que lado você está?

Esta é também a era dos ativos intangíveis, em que o componente criativo-imagético-lúdico-conceitual ganha cada vez mais relevância na proposta de valor das marcas, produtos e serviços. E, assim, a criatividade que antes já foi subjugada como frescura ou dispersão, hoje é considerada a característica número um dos líderes, ganhando, inclusive, de integridade, em uma pesquisa realizada pela IBM com mais 1,5 mil CEOs em todo o mundo. E também é hoje o atributo mais buscado e exigido por recrutadores em todo o mundo, segundo estudo realizado pelo Linkedin, divulgado agora em Davos (seguida de “persuasão”, “colaboração”, “adaptabilidade” e “gestão do tempo”).

Portanto, que bom, que ótimo, que excelente que estejamos tendo como referência realizações incríveis e que vem acontecendo com enorme sucesso lá fora, como o SXSW e outros eventos e imersões similares. Em um mundo plural, um evento não pode ser singular. Precisamos mesmo dessa mistura rica, viva, orgânica, líquida e camaleônica. Desse blend único de sensações e experiências que cada usuário trilha a seu critério e bel conhecer. É justamente das diferenças que surge a identificação e a empatia, que se faz o encanto, que a mágica da serendipidade acontece. E, cá entre nós, aqueles eventos em que só vai uma galera pode ser até legal, mas é bem menos rico e surpreendente, podendo ser bem chato também. E todos nós sabemos que o cérebro humano não presta atenção em coisa chata.

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