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Rio2C: para ver, ser visto e trabalhar junto

Vi e ouvi muita gente nesses dias. E saio dessa experiência acreditando que não há paralisação. Há ação e vontade


28 de abril de 2019 - 19h00

Acompanho o Rio2C desde os tempos em que ainda se chamava RioContentMarket, evento que era, como o nome dizia, ainda mais voltado ao mercado e às discussões, já boas àquela época, em torno do fazer conteúdo audiovisual. Hoje, o Rio2C é um evento grandioso, nos moldes do inspirador SXSW, que amplia o olhar sobre o setor e traz debates para além dele. E tem na Cidade das Artes um palco do tamanho de suas pretensões.

Circular pelo Rio2C é parar de metro em metro para falar com algum parceiro, conhecido, amigo, num reencontro anual que já se tornou obrigatório para quem trabalha com audiovisual no Brasil. Ver o crescimento desse projeto tocado por Carla Esmeralda e seus parceiros de longa data é um alento para quem vive dessa indústria. O crescimento da última década, impulsionado pela regulação do setor e ampliação do acesso a leis de incentivo e financiamentos públicos, além, claro, da maior competitividade atrelada às novas tecnologias, tornou o mercado brasileiro pulsante, altamente produtivo, mostrando que somos, sim, um excelente celeiro de ideias com ampla capacidade de produção para diferentes plataformas e em inúmeros formatos.

Um dos pontos fortes desta edição do Rio2C foi ser palco para as conversas informais entre os membros do setor, hoje altamente qualificado e preparado, mas que tenta entender como seguir sem deixar de evoluir diante das notícias e incertezas recentes. No momento atual, de dúvidas, alguns profissionais já sentem impactos no seu dia a dia. O que vai acontecer com as conquistas do nosso mercado? Se nas salas os debates e keynotes não foram abertos a perguntas, essas eram feitas e repercutidas ao fim de cada sessão pelo público nos corredores, numa ampla troca de informações, percepções e ideias (e ideais, para muitos).

Vi e ouvi muita gente nesses dias. E saio dessa experiência acreditando que não há paralisação. Há ação e vontade. É animador, por exemplo, ver o investimento e crescimento do Globoplay. Outras mesas em torno de conteúdo para streaming também foram ótimas, mostrando o quanto movimentam o mercado de criação e produção. Para quem, como eu, trabalha num grande grupo, houve pouca novidade em relação às informações que já alimentam e norteiam nosso dia a dia de trabalho, mas foi importante entender melhor o todo desse momento aqui no Brasil e no mundo, seja através do Globoplay, da Netflix e de outros players. Essa batalha de gigantes fomenta o setor, inspira e abre caminhos.

Ninguém trabalha só. Colaboração foi palavra usada em praticamente todas as mesas e keynotes a que assisti. Seja na sala de roteiro, nas codireções, entre pares, entre atores e técnica, entre cliente e produtor de conteúdo quando o assunto é marketing. E mesmo quando ouvimos a história de um fenômeno como Kondzilla. Em uma hora de palestra, esse jovem empreendedor vindo de uma favela da periferia do Guarujá fez rir e emocionou com sua história de self made man que aproveitou uma pequena herança deixada pela mãe aos 15 anos para tentar “ser alguém”. O velho sonho com novos contornos. Com uma câmera na mão, construiu um império. Hoje é o segundo maior canal de música do mundo no YouTube, com mais de 48 milhões de inscritos. Mas se o pontapé inicial foi solitário e impulsionado por uma triste perda familiar, a caminhada foi em conjunto, com muita parceria e trabalho em equipe e, principalmente, com autenticidade e apostando em diversidade e representatividade, palavras da vez também em quase todas as salas.

Kondzilla começou sua palestra com uma frase arrebatadora: “Antes de ser Foda, seja Feliz”. E terminou com outra igualmente forte: “A Favela Venceu”. Essa é outra riqueza do Rio2C, ver e ouvir diferentes pontos de vista e, através deles, se inspirar e se movimentar para a melhoria e sobrevivência do nosso mercado e da nossa cultura.

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