Não basta só muito talento
Há que ser percebido como tal. Achar esse caminho é o que os players mais novos do market fizeram logo de start
Há que ser percebido como tal. Achar esse caminho é o que os players mais novos do market fizeram logo de start
8 de abril de 2018 - 15h10
A percepção, e não a realidade, é o cerne do negócio. Faço meu o pensamento do Bob Lefsetz no Rio Content Market Creative Conference aka Rio 3 C 1M. Não basta só muito talento. Não basta dar muito acesso. Não basta ser foda. Há que ser percebido como tal. Achar esse caminho é o que os players mais novos do market fizeram logo de start. Nosso Querido Rio Content colocou realidade e percepção cara a cara.
Ele quer ser e é percebido como um evento já sem fronteiras. Mas a real é que ele é bem, bem brazilian. Not that there’s anything wrong with it.Ao contrário. Nosso desprendimento, nosso correr pro abraço e nosso cafuné, nossa insaciável curiosidade, nossa conversa esperta e nossa estupefaciente criatividade (queria dizer diversidade também mas achei que tá meio gasta) são nossos valores, únicos, ninguém tem nesse mundão. Juntam-se a eles nossos folclóricos defeitos e vícios, como bagunça, desinformação, malemolência (esse é quase qualidade) e serviço técnicos “ma o meno” e têm-se o junta tribo pra fazer negócio mais animado e proveitoso do continente.
Sim, porque o Rio Content é negócio de fazer negócio. E muitos se fizeram nesses dias. Mas é também lugar de encontrar e discutir, compartilhar, criticar, se expor, aprender. E, cada um com sua percepção, tira do momento aquilo que tem a ver com sua relidade. A pena é que não dá pra aproveitar tudo. Mas deu pra perceber que tudo cresceu pro lado bom. Além do espaço maior e de mais que o dobro de gente que ano passado – descontando o calor, e o cabelo das meninas cheirando a batata frita depois de circular entre food trucks.
Percebi mais gente interessada em debater . Percebi conversas mais consistentes. Ouvi que o futuro já passou e logo ali vem outro, senti produtores animados com o novo mundo. Vi que os projetos das rodadas estavam mais prontos e que, nos pitchings, as ideias voaram alto e melhor. (obrigado Lucca Bandit e As Rainhas dessa P@$&@Toda.)
E minha percepção e aflição pela mudança desse ano logo mudaram quando, ó conforto, vi que o Coco do SBT e a cerveja do canal Brasil tavam lá! Até a boca livre no shopping serviu de quiosque por uma noite. Muitos de nós percebemos o evento como chato de chegar, calorento, barulhento. Outros viram novidade, encontro, espaço e expressão.
Ninguém saiu de mãos e cabeça vazias.
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