Que venha o Rio2C 2019!
Segunda edição do evento trará assuntos como neurociência e inovação, produção audiovisual, musical, mídia e tecnologia sob a ótica da indústria da América Latina
Segunda edição do evento trará assuntos como neurociência e inovação, produção audiovisual, musical, mídia e tecnologia sob a ótica da indústria da América Latina
17 de abril de 2019 - 21h39
Ainda na ressaca de conteúdo do SXSW 2019, o mercado já se prepara para mais um evento que promete oxigenar as discussões da indústria criativa. E se essa última edição do festival hype americano teve uma relevância especial para o mercado brasileiro (nós invadimos as ruas e plenárias de Austin ávidos em ver e ser vistos!), o que esperar da segunda edição do Rio2C, que vai trazer assuntos como neurociência e inovação, produção audiovisual, musical, mídia e tecnologia sob o olhar pontual desses assuntos na indústria da América Latina?
O paralelo entre os dois eventos me ocorreu não só pela grandiosidade de ambos (a Cidade das Artes espera receber um público de 25 mil participantes, centenas de painéis, pitching sessions e rodadas de negócios), mas também porque as pautas estão centradas em inovação partindo de um ponto mais do que crucial: o ser humano (e isso aconteceu bastante no SXSW!). Parece piada dizer que “até que enfim” resolvemos discutir, entender, refletir, mais sobre os transformadores do que sobre a transformação.
Explico: criativos e inovadores estão dando “um passo para trás” para observar as pessoas e tentar decifrar (se é que isso é possível!) como neuropsiquiatria, memória e aprendizagem, consequências sociais e emocionais da vida conectada, a tecnologia revolucionando a forma como vivemos em cidades, novos formatos de interação virtual, telemedicina, big data, aprimoramento cognitivo, dinheiro virtual, games e demência transformam, hoje, o jeito que consumimos produtos e cultura, interagimos com conteúdo e absorvermos discursos de marca. Conteúdos que dão “muito pano para manga”, para navegar em tempos de excesso de informação e escassez de relevância.
E como participar de um evento como esse faz a gente se perguntar se vale o tempo e o investimento (e aqui saliento que o tempo vale mais do que todo o resto que se paga com dinheiro!), alguns fatores foram decisivos para que eu decidisse me abalar até o Rio de Janeiro por uma semana e deixar as milhares de demandas do dia a dia em stand by: a cobertura na íntegra assistida remotamente nunca vai substituir o ao vivo, o networking, o relacionamento one to one, o contato com startups do setor de criatividade e produção audiovisual em espaços estilo expo e a possibilidade de rodadas de negócios e pitchings representam um refresh real na forma como fazemos parcerias e projetos atualmente. Por fim, torrar uns neurônios saindo do conhecido, do habitual, do conhecimento onde já temos expertise, é uma renovação da esperança de que nosso mundo ainda tem jeito!
Como refletiu o historiador israelense Yuval Harari, no best seller Sapiens, uma breve história da humanidade, somos capazes de criar ficções que são a cola mítica da nossa evolução como civilização, como seres culturais, criativos, políticos, sociais, e esse ainda é o grande trunfo que nos diferencia dos outros animais. O Rio2C será o cenário de confluência de uma série de ficções (afinal, a discussão central é sobre criação, produção e consumo de conteúdo), contato genuíno com essa cola mítica. E eu busco isso: me deslumbrar mais uma vez com o que a mente humana é capaz de criar. Que venha o Rio2C 2019!
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