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“O ser humano é ávido por histórias”

Os caminhos que levam produções nacionais ao Netlfix foram tema do painel “Novas Oportunidades para a Produção Cinematográfica no Brasil”

Teresa Levin
24 de abril de 2019 - 13h53

Caminhos para a produção nacional no Netflix foram tema de painel no segundo dia do Rio2C (Crédito: Teresa Levin)

Desde os tempos das cavernas e até hoje, o ser humano é e sempre será ávido por histórias, observou Tomás Portella, diretor do longa-metragem Carga Máxima que está em produção para o Netflix. Ao lado de Thalita Rebouças e Bruno Garotti, que também terão produções na plataforma, ele discutiu os rumos que levam produções nacionais ao Netflix e as mudanças que ele tem gerado no mercado, com impactos diretos no que está sendo produzido. A mediação foi de Adrien Musselet, executivo a frente da aquisição de conteúdo no Netlfix.

Este desejo do ser humano por ouvir e assistir histórias, as mais diversas, é o que fará com que elas sejam sempre contadas, seja nos cinemas ou outras plataformas, acredita Tomás. Mas partindo dessa premissa, a liberdade que hoje outras mídias geram, permite que o espectador tenha outros caminhos para se conectar com uma produção. “Sem precisar desembolsar 50 pratas para ir ao cinema, que vai sempre existir, mas é uma experiência diferente”, disse. A chegada de players como Netflix possibilitou novos caminhos para a produção, levando, inclusive, para a tela séries e filmes produzidos com menos recursos do que seria necessário para um lançamento nos cinemas. Além disso, impactou diretamente nos gêneros escolhidos, apontou Bruno Garotti. “O cinema tem um custo e uma dificuldade de produção; é um espaço limitado, sempre buscam gêneros e formatos que tenham um perfil para agradar a família”, disse. Para ele, os sucessos na bilheteria nacional têm alguns perfis específicos. “Não tem um leque tão amplo como o Netflix. Hoje podemos trabalhar com gêneros que têm códigos estabelecidos, mas trazem frescor”, avaliou.

Temáticas regionais têm viajado para outros mercados através da plataforma, mas, para isso, um cuidado se faz necessário. “As pessoas querem ver suas histórias, dramas. Tem que ser muito regional, se formos fundo na questão dos brasileiros, vamos alcançar pessoas no resto do mundo. Mudou a forma de assistir mas não o que a audiência quer ver”, pontuou Tomás. O executivo do Netflix foi além e frisou que o gênero já permite que as pessoas que não têm conexão com a língua se conectem através da linguagem que conhecem. “É a linguagem do gênero. Com 3% foi assim. Ele tem códigos do gênero e isso entra como um segundo idioma que todos temos”, observou, citando a série da Boutique de Filmes que é sucesso na plataforma. É nisso que aposta a produção que transformou Thalita Rebouças em roteirista, Quem Nunca, a primeira dela criada para o cinema e não adaptada de um livro, que será disponibilizada no Netflix. “Adolescente é igual em todo mundo, mesmos conflitos, interesses. É só falar com verdade, é uma história que vai tocar o coração de todo mundo, não importa o país”, disse, citando o filme que está sendo produzido com a Fábrica.

 

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