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Consumo inteligente

Rafael Lazarini, criador do Rio2C, explica a proposta de slow content e desaceleração da edição 2022 e a reorganização do conteúdo

Fernando Murad
20 de abril de 2022 - 13h50

Após hiato de dois anos, Rio2C volta à Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, de 26
de abril a 1º de maio, com a reorganização do conteúdo e a proposta de slow
content e desaceleração. O evento será integralmente presencial. “Não queremos
que nosso conteúdo seja consumido como uma live, naquele meio-tempo das
coisas que o público está fazendo. Estamos propondo esse momento de pausa,
de reflexão”, explica Rafael Lazarini, criador do Rio2C. A programação inclui três
dias de conferência em 11 palcos com temáticas transversais, as rodadas de
negócios e a já tradicional abertura com o Summit Meio & Mensagem, além da
estreia do Summit Game+, em parceria com a Player1, e dois dias de Festivalia,
com shows, oficinas e palestras. O Rio2C 2022 também celebra a décima edição
desde o lançamento do projeto, em 2011, como RioContentMarket. A data será
marcada com o lançamento de dois projetos que unem audiovisual e inovação.

Rafael Lazarini, criador do Rio2C (Crédito: André Valentim)

EXPECTATIVA PARA RETOMADA
A pandemia serviu para reforçar o lugar e a relevância desses momentos de encontro presencial. Vencemos uma série de obstáculos, estamos fazendo em três meses um evento que gastávamos dez meses para preparar. Não podemos dizer que estamos completamente livres, mas considerando obstáculos e adversidades, estamos prontos para entregar um evento muito bacana e que as pessoas vão adorar.

CONTEÚDO TRANSVERSAL
Muito mais que uma ampliação dos palcos, diria que é uma forma de reorganização do conteúdo. Tudo o que estamos abordando nesses palcos estava de uma forma ou de outra no Rio2C. Apesar de propor uma integração dos diversos setores da indústria criativa, a programação ainda era dividida por setores, nichos. Entendemos, numa reflexão interna, revisitando o projeto ao longo desse hiato de dois anos, uma forma mais transversal de trazer o conteúdo, então, criamos esses palcos temáticos. É quase uma matriz, com os palcos e os setores da indústria criativa atravessando de forma transversal, com temáticas urgentes para a sociedade.

SUMMIT MEIO & MENSAGEM
Fico muito feliz com essa parceria porque ela vem, de fato, desde a concepção da primeira edição. E na época não era tão óbvio ter um summit de marcas e conteúdo, e menos óbvio ainda ter isso sendo colocado do lado dos produtores de conteúdo, do audiovisual. Era uma proposição muito mais do mercado de publicidade, do marketing. A ideia lá atrás foi exatamente essa, trazer uma aproximação desses dois mundos e foi muito bem-sucedida. O Summit do Meio & Mensagem já virou uma instituição de abertura do Rio2C, é um warm-up. Os palestrantes já esperam ser convidados e o público também.

SLOW CONTENT
Adotamos uma posição, quase um statement: não estamos fazendo nada online. O Rio2C 2022 é essencialmente presencial. Queremos estimular que as pessoas pausem sua rotina diária, se deem um tempo para ir ao evento, encontrar pessoas novas, os conhecidos nos corredores, café, almoço, happy hours e jantares, para discutir o conteúdo, o que estamos vivendo. Isso faz parte dessa proposta de slow content, do consumo inteligente de conteúdo. Não queremos que nosso conteúdo esteja sendo consumido como uma live, naquela meio-tempo das coisas que o público está fazendo. Estamos propondo esse momento de pausa, de reflexão. Muito além do que está sendo falado nos palcos pelos palestrantes, a convivência é o que faz do Rio2C um evento único. Muito dessa radicalização que vivemos, a questão de fake news, etc. vem, talvez, da falta de cuidado e consciência com o conteúdo que estamos vivendo. O slow content é uma analogia com o slow food, movimento dos anos 80 que nasceu na Itália, como um contraponto à aceleração da vida e ao fast-food, como provocação e reflexão sobre como estávamos nos alimentando. Acreditamos que estamos vivendo um momento de fast content, pílulas de conteúdo que consumimos em pé, no meio da rua, sem pausa para reflexão, sobre a validade, a procedência. Entendemos que essa provocação era pertinente.

IMERSÃO NOS GAMES
Sempre tivemos preocupação, na curadoria, de não ser gratuito, e sempre foi assim com os games. Tivemos cuidado pois existem outros eventos que vem fazendo isso com muita propriedade. Começamos pelas mídias imersivas, falando de VR, AR, e o cruzamento dos games com o audiovisual. Para essa volta, queríamos entrar mais fundo, vendo o crescimento dos games e a intersecção com setores da indústria criativa. Decidimos fazer uma entrada com um recorte específico. Fechamos parceria com a Player1. A proposta do Summit Game+ é extrapolar e mostrar todas as externalidades que o mundo do game está tocando e, de alguma forma, impactando e transformando.

RIOCONTENTMARKET
A edição 2022 marca a décima edição desde o lançamento do projeto, em 2011, como RioContentMarket. Era uma celebração marcada para 2020, quando seriam os 10 anos. Lembraremos e celebraremos essa trajetória que tem muito a ver com a própria trajetória do audiovisual independente do Brasil e, obviamente, depois de se tornar Rio2C, muito além do audiovisual. Temos dois projetos em fase de conclusão que lançaremos ao longo do evento que misturam audiovisual com inovação.

IMPACTO NO MERCADO
Nossa expectativa é que possamos chegar perto do que fizemos em 2019 (a edição gerou impacto econômico de R$ 70 milhões para a cidade, além de mais de R$ 180 milhões em geração de negócios). As expectativas para 2020 eram bem grandes, mas, de fato, sabemos que a pandemia impactou o setor como um todo. Nossa intenção é retomar aquela caminhada que estávamos em 2019. Entendemos que é a retomada de uma construção.

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