Publicidade

O futuro do Big Brother Brasil, na visão de Boninho

Diretor de variedades da Globo e responsável pelo reality show de maior faturamento do País, executivo contou como seleciona os participantes e antecipa que o BBB pode estar, em breve, até no metaverso

Bárbara Sacchitiello
27 de abril de 2022 - 7h33

Boninho: “criação é um processo mega coletivo e impossível de se fazer sozinho” (Crédito: André Valentim)

Poucas horas antes do episódio final da edição deste ano do Big Brother Brasil (que consagraria Arthur Aguiar como campeão), seu criador, Boninho, diretor de variedades da Globo e responsável pelos realities da emissora, falava no palco do Summit Meio & Mensagem no Rio2C 2022 a respeito dos desafios de colocar no ar, todos os anos, o reality que mais rende faturamento comercial no Brasil e que mais mexe com as paixões e opiniões da audiência.

Embora seja o big boss da atração há duas décadas, Boninho não gosta de se referir ao BBB como uma obra sua. A primeira pessoa do plural foi, por diversas vezes, frisada pelo executivo da Globo para destacar que, em sua visão, criatividade é um processo coletivo. “Eu falo, muitas vezes, a expressão ‘a gente’, porque a criação não é apenas eu. Não dá para fazer isso ou aquilo sozinho. Temos um time. Criação é um processo mega coletivo e é impossível criar qualquer projeto sozinho”, declarou Boninho ao copresidente da agência Africa, Sergio Gordilho, que o entrevistou no painel.

O assunto principal, obviamente, foi o Big Brother Brasil, carro-chefe da grade da Globo e um dos mais longevos sucessos comerciais da TV. A atração, que terminou na noite desta terça-feira, 26, mais uma vez quebrou recordes comerciais e fez com que o público, ao longo de três meses, comentasse sobre os participantes, tanto com elogios quanto com críticas.

“O BBB é uma máquina que fala com todo mundo e é multimídia. Raramente vemos um produto que fale com tantas pessoas e gere tantas histórias. Nós mostramos as histórias lá dentro e o público discute aqui fora. Seja amando ou odiando”, admitiu o diretor. Ele confessa que a equipe responsável pelo programa também não está blindada das emoções que a disputa desperta. “Vivemos as mesmas emoções que todo mundo vive, sentimos as mesmas coisas que as pessoas sentem em relação ao reality. Esse é o grande barato de editar o BBB”, confessou.

Seleção dos participantes
Por ser um programa ancorado na convivência, a seleção do elenco é fundamental para que o Big Brother tenha uma repercussão positiva perante o público. Boninho falou um pouco sobre o processo de seleção das pessoas que participam da atração. Segundo ele, a dinâmica é bem simples. “A gente entrevista pessoas e se apaixona por elas. Na verdade, o Big Brother nada mais é do que convidar um monte de gente estranha para uma festa louca”, resumiu.

O diretor de variedades da Globo garantiu que, a cada ano, a equipe de 20 pessoas responsável pela seleção do elenco dos anônimos do BBB assiste a todos os vídeos de inscrição enviados ao reality. A primeira grande peneira seleciona 150 pessoas que mais despertam o interesse dos curadores. A partir daí acontece um processo mais aprofundado de entrevistas, do qual Boninho diz participar diretamente. Na sequência, cada uma das 20 pessoas da equipe elabora, dentro dessas 150 pessoas, os 20 perfis que levariam ao BBB. Essas listas são checadas entre a equipe e, a partir daí, a definição começa a ser feita.

“O formato original do BBB, feito pelo John de Mol (holandês criador do reality) tinha um script de selecionar alguns perfis específicos, como o rapaz esperto, o nerd etc. Quando olhei o roteiro do programa pela primeira vez, disse que não queria fazer daquela forma. O roteiro que o John de Mol criou não tinha a cara do Brasil. Então, rasguei esse roteiro de seleção e disse que ia escolher os participantes batendo papo e escolhendo as pessoas com as quais me encantasse. Pode ser que não encantem a todo mundo, claro”, reforçou.

Pipoca X Camarote
Sérgio Gordilho perguntou a Boninho de onde ele buscou a ideia de dividir os participantes entre Pipoca e Camarote, formato adotado no reality em 2020. O diretor conta que acaba bebendo de fontes do BBB de outros países e que, embora o formato do confinamento com celebridades fosse interessante, achou que o Brasil pedia uma formação diferente, em que os influenciadores e famosos que aceitassem participar da atração entrassem na disputa no mesmo nível dos anônimos.

“Nos inspiramos mesmo no Carnaval da Bahia, em que há a pipoca, em que o pessoal se diverte, e o camarote, em que um grupo também se diverte. Essa é a cara que a gente quer para o programa”, declarou.

O trisal com as marcas
A participação das marcas tornou-se algo tão intrínseco ao reality que uma prova que não tenha a presença de um patrocinador não tem “cara de BBB”. Boninho acredita que, ao longo dos anos, tanto as marcas quanto a própria equipe do programa entenderam melhor a dinâmica das inserções comerciais e passaram a cocriar provas e ações que fossem interessantes para todas as pontas. “Fazemos um trisal entre cliente, agência e a Globo, para conversar e entender os processos e o que pode ser feito. E participo de todas essas conversas, já que temos ali as expectativas do cliente, da agência e de quem produz o programa, para entregar algo interessante”, conta.

Metaverso e novo prêmio
Embora tenha brincado com a plateia por duas vezes prometendo revelar quem seria o vencedor da edição de 2022 do BBB antes do programa ir ao ar, Boninho não revelou o campeão. O executivo, porém, revelou alguns elementos que os espectadores podem esperar da atração no futuro.

Um deles pode ser uma edição da competição no metaverso. O tal espaço imerviso e digital já está no radar da Globo, que promoveu, inclusive, uma ação envolvendo o metaverso nos últimos dias do programa. “Acho que daqui a dez anos teremos um BBB no mundo real e outro no metaverso. Se tem alguma coisa nova, a gente se joga e vai em frente. O grande barato é não parar”, declarou.

E para quem é fã do programa, ele também antecipou uma novidade que já pode estar presente a partir do BBB 23, edição em que sua equipe começou a trabalhar há algumas semanas. Em um almoço com a diretoria de comunicação da Globo, Boninho contou que surgiu uma ideia diferente para a premiação da edição do ano que vem. “E pode ser que funcione. A premiação pode ser diferente ano que vem. E isso mostra que a criatividade pode vir de todos”, declarou.

Publicidade

Compartilhe

Patrocínio