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Emicida no Fortnite: como a música chega ao metaverso

Artista será o primeiro brasileiro a se apresentar na plataforma e Evandro Fióti, CEO da Lab Fantasma, fala sobre descompasso na indústria fonográfica

Taís Farias
29 de abril de 2022 - 16h07

Emicida será o primeiro artista brasileiro a se apresentar no Fortnite. Durante 72 horas, entre a sexta-feira, 29, e a segunda-feira, 2, a apresentação do cantor estará disponível no jogo da Epic Games. Além do show, a experiência contará um pouco da trajetória de Emicida e seus maiores sucessos. A iniciativa faz parte da série Onda Sonora, criada pela desenvolvedora na pandemia, que já contou com apresentações do cantor egípcio Mohamed Hamaki e da DJ australiana Tones and I.

Fortnite conta com cerca de 80 milhões de usuários em todo o planeta. Outros ídolos da música como Travis Scott e Ariana Grande também se apresentaram no game desde o início da pandemia. Além da apresentação, os jogadores poderão adquirir uma música de Lobby chamada Continue Assim e o novo Gesto Dança da Vitória. Todo o processo de desenvolvimento da ação levou mais de dez meses. A Lab Fantasma também venderá peças exclusivas que marcam a parceria. A apresentação será transmitida em salas de cinema da Cinemark.

Essa não é a primeira vez que o cantor e a Lab Fantasma interagem com o universo dos games. O cantor já licenciou músicas para diferentes jogos e dublou um personagem de League of Legends. No início da pandemia, a Lab, em parceria com o jogo Avakin Life, criou um avatar para o cantor Rael, que apresentou algumas músicas de seu EP Capim-Cidreira (Infusão) em um luau digital.

Descompasso

Evandro Fióti, no Rio2C 2022 (Crédito: Felipe Panfili/ Filmart Media)

Artista, compositor, co-fundador e CEO da Lab Fantasma, Evandro Fióti, falou sobre a ação no Rio2C. Ele destacou as oportunidades que o universo dos games apresenta para a música e comparou as diferenças entre a ação realizada no início da pandemia, com Avakin, e o projeto que leva a apresentação de Emicida ao Fortnite. “Uma das experiências que eu mais gosto e sou intrigado, de verdade, é quando você une os dois mundos, que é o que vamos fazer. Aqui, a experiência fica muito mais restrita ao sentimento da pessoa que está participando porque os artistas comovem e mexem com as nossas emoções. Quer ver se você gosta mesmo de metaverso? É só ter a experiência de um artista que você gosta muito”, indagou o artista.

Ele conclui: “As possibilidades e oportunidades são imensas porque os servidores dos games, que estão preparados para isso, são tecnologias muito potentes, o que tem de mais potente do ponto de vista de design, agilidade, hardware. Então, realmente, dá para criar um mundo novo lá dentro”, afirmou Fióti.

No painel, ele criticou a concentração de capital e dados por parte das big techs e defendeu que a discussão sobre o metaverso é também uma conversa política. Para Fióti, a indústria fonográfica também se distanciou dos games e seu avanço. “A indústria da música, por já ter padrões pré-concebidos, se distanciou muito desse universo dos games. Hoje, já é muito grande, estabelecido, a maior indústria do entretenimento. Então, de certa forma, os modelos da indústria da música não acompanharam a tendência e o desenvolvimento desse segmento, como um todo, com a evolução da sociedade. Eu diria que, hoje, nós estamos criando modelos de negócio e os modelos tradicionais vão ter que se adaptar a essa nova realidade”, propõe o CEO da Lab Fantasma.

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